Da esquerda para a direita: Hugo Garcia e Henrique Soares |
Eng.º Agrónomo, licenciado em gestão de empresas,
“naturalizado” na região há 30 anos atrás, neto dum “armazenista de vinhos e
seus derivados”, uma das designações tradicionais de quem
em meados do século passado se dedicava ao sector (no concelho de Arruda dos
Vinhos).
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Henrique Soares |
1
- O que é para si um bom vinho?
É aquele vinho que depois
das “primeiras impressões” olfativas e gustativas, me motiva “segundas
impressões, i. é, vontade de repetir a prova ou de o voltar a beber, consoante
o contexto seja profissional ou de lazer.
2
– Qual a sua paixão/encanto no mundo dos vinhos?
O facto de ser, porventura,
o produto mais multissensorial que existe quando o disfrutamos e o mais
multifatorial quando falamos do seu processo de produção, ninguém sabe tudo no
mundo dos vinhos e nunca saberemos tudo por mais obcecados e apaixonados que
sejamos sobre o mundo dos vinhos. É por isso que é fascinante e… infinito!
3
- Qual a estratégia da Península de Setúbal para afirmação e crescimento nos
mercados externos?
Uma região e a sua
estratégia (seja ela qual for) é sempre o resultado do que as empresas que a
integram quiserem que seja.
São as empresas que fazem as
regiões e não o contrário.
No nosso caso a estratégia
tem sido sempre bastante complementar da estratégia das principais empresas da
região, que têm orçamentos na área do marketing e promoção muito superiores aos
da CVRPS.
Só começámos a atuar nos
mercados externos em 2014, os mercados eleitos foram Angola, Brasil e China. A
estratégia visou ganhar notoriedade para a região e abrir “portas” para um
conjunto de empresas que ainda não tinham canais de importação nesses mercados.
Os resultados têm sido
bastante positivos.
4 – Na sua opinião o que diferencia os vinhos
da Península de Setúbal, das restantes regiões?
As condições naturais
explicam uma parte da nossa diferenciação, nenhuma outra região portuguesa se
situa entre os dois maiores estuários portugueses, á beira do Atlântico, com uma
barreira natural de proteção ao oceano como a cordilheira da Arrábida e com uma
enorme extensão de solos arenosos numa planície e com um lençol freático, em
média, não muito distante da superfície.
A esta diferenciação natural,
somam-se as castas, nenhuma outra região tem uma concentração tão grande da sua
viticultura em torno de apenas três castas: Castelão, Moscatel de Setúbal e
Fernão Pires; pese embora esta concentração já tenha sido ainda mais
expressiva, ainda é absolutamente marcante e influenciadora do perfil de vinhos
que a região produz.
Finalmente o fator humano,
nesta região a percentagem de viticultores e outros empresários vitivinícolas a
tempo inteiro é também muito expressiva quando comparada com o que acontece
noutras regiões.
Termino deixando um forte agradecimento ao Sr. Presidente Henrique Soares,
pela sua hospitalidade e disponibilidade em participar nesta iniciativa.
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