Sommelier | Wine Educator | Consultant
Exerço actividade de
Escanção / Sommelier há quase 20 anos, fundador da WineService4You, consultor de
vinhos em hotéis, restaurantes e wine bar.
Experiência como Sommelier em restaurante Michelin entre
outros.
Vencedor por 5 ocasiões
do Concurso Nacional de Escanções, sendo
vice-campeão do mundo em 2008 (WSA) e no TOP 10 no concurso
“Best Sommelier of Europe” pela ASI em 2008.
Hoje em dia Consultor,
Wine Educator, critico de vinhos (Revista de Vinhos).
Orador internacional sobre
vinhos portugueses
(Brasil, Angola, Holanda, França, Suécia, China, UK, Hong Kong, Macau, USA).
Galardoado
“Best Sommelier in Portugal 2009” pela Wine Business International, “Sommelier
of the year 2005” pela Academia Internacional de Gastronomia e “Sommelier of
the Year” 2003, pela Revista de Vinhos. Aluno do Instituto Masters of Wine em
2013.
1 - Qual
a sua paixão/encanto no mundo dos vinhos?
A
minha paixão e encanto pelo mundo dos vinhos, advém do facto de ser um mundo
transversal. Engloba fatores históricos, geográficos, etnográficos, a relação
com o modo de consumo, tendências, pessoas e personagens, entre outros. Encaro
o vinho, não somente como uma bebida, antes um veículo para conhecer outros
“universos”. A minha profissão de Escanção/Sommelier, proporciona que exista
esta interação, pois ao movimentar-me quase no final da cadeia, muito próximo
do cliente/ consumidor final, o vinho não pode ser algo isolado e reduzido a
simples bebida. A dinâmica e evolução constante no vinho e ao seu redor, são o
que mais me atrai.
2 –
Na sua opinião o que diferencia os vinhos da Península de Setúbal e do Alentejo,
das restantes regiões?
Estas
duas regiões, já entre si são diferentes, embora se cruzem em alguns pontos. O
facto de em geral serem duas regiões mais “acaloradas”, só por isso, conjugam
perfis de vinho, mais maduros, volumosos, de equilíbrios muito próprios. O
conceito de criação das DO, em que a originalidade de cada região vitivinícola
se pretende definida e demarcada, logo se diferenciam entre si, e obviamente,
cada uma em relação às demais. Talvez, a mais notória distinção seja a dinâmica
dos operadores e entidades locais destas duas em relação a outras. A estrutura
da exploração agrícola, menos fragmentada, a escala de produção, a promoção,
têm sido, até ao momento, elementos de alguma diferenciação. No que se refere
aos vinhos, não será justo nem aconselhável comparar com outras regiões, pois
apesar de um certo ADN que cada uma possui, existe muita variedade de estilos e
conceitos dentro dos seus limites. Especialmente hoje em dia, em que a inovação
e criatividade, conhecimento, exploração de vários conceitos, fazem surgir cada
vez mais novidade.
3 –
Quais são as principais dificuldades dos vinhos portugueses no
crescimento/afirmação nos mercados externos?
A
afirmação dos vinhos portugueses, no longo prazo, relaciona-se com a
valorização do que faz dos nossos vinhos diferentes. Essa não é somente
dificuldade dos vinhos portugueses, mas dos outros países também. O desafio é o
de conseguir penetrar nos mercados estratégicos, maduros, que apreciem o valor,
e manter de preferência crescer, as cotas. A Wine Education, finalmente foi
entendida como fundamental para explicar a diferença, sabor e particularidades
dos nossos vinhos. A definição de mercados estratégicos e de valor, estratégia
certeira já em marcha. Resultados já o demonstram. Os vinhos portugueses, são
hoje vistos de fora e pela qualidade e originalidade. O sector está mais
profissional e informado neste domínio, nem todos trabalham à mesma velocidade.
Num ambiente tão competitivo, a componente de negociação profissional
internacional, é fundamental. Existe mais informação, formação, mais dados
estatísticos, estudos de mercado, etc, instrumentos fulcrais no apoio à
exportação.
4 –
Que conselho chave, pode dar aos nossos leitores quando procuram conjugar um
bom vinho com um boa comida?
O
maior conselho, talvez seja, a de ter curiosidade. Ter curiosidade em
experimentar. Hoje estão disponíveis vinhos de todos os estilos. Para cada
momento de consumo. A variedade da oferta gastronómica, é uma realidade.
Algumas das principais regras estereotipadas do passado, hoje, não fazem
sentido. Muitas vezes, vinhos que não se aprecia, mas que no habitat certo, com
aquele prato local, surpreendem pela positiva.
Quero deixar um forte agradecimento ao Manuel Moreira pela sua disponibilidade e simpatia em participar nesta iniciativa.
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